Tenho percebido que a música, cada vez mais, passa por uma crise muito grande. São vários os aspectos do ramo musical ,que carecem de referência e que vivenciam um mar de incertezas.
Desde a parte de sua criação, até suas maneiras de execução, além das questões comerciais,a música está perdida, num processo de evolução, que tem andado na velocidade das máquinas e não no ritmo dos humanos, que ainda são os únicos veículos conscientes da sensibilidade artística.
Penso que a música não pertence a ninguém, ela é do mundo, quando alguém ouve um som ele já faz parte da sua vida, mas também penso que temos que buscar um reconhecimento do que a música faz por nós ou em nós. Nunca fui radical em termos musicais, sempre vi beleza em toda a música, por ser música já vem de Deus e engrandece a alma. O fato é que essa falta de norte que o cancioneiro mundial atravessa, trouxe tanta desconstrução da identidade, tanta superficialidade e tanta "praticidade", que a arte musical se reduziu, a pano de fundo para o cotidiano, a mensageira subliminar da inversão de valores e a simples estatística regulamentada pelos institutos de pesquisa de audiência e pelos orgãos contabilizadores do dito "mercado da cultura. "
Sabemos que de fato há um mercado cultural, mas sabemos, também , que no caso brasileiro e de grande parte do mundo, ele pouco tem cumprido com sua função. É bem verdade que ele proporciona subsistência a muitos músicos, produtores e demais integrantes da cadeia produtiva, através da fomentação de seus projetos, mas também é fato, que grande parte dessas atitudes, não chegam ao povo da maneira que inicialmente se pretendia. Teatros semi-vazios, musica intelectualóide distante da compreenção da média, um intenso antagonismo por parte da mídia movida pelos jabás, e uma apologia à separação entre o profundo e o divertido, promovida pelos meios de comunicação em geral, esse é o quadro atual ,que transforma o mercado artístico em ineficaz e simplesmente premia o que de fato tem suporte comercial, independentemente da qualidade, aliás, devido ao "ótimo" trabalho das emissoras de rádio e tv, quanto mais baixo o nível melhor, já que o pouco que a música de conteúdo figura em suas programações, é sempre num horário digno de vampiros e galos. Ah! e esses espaços ainda existem por que o potencial dos verdadeiros artístas não pode ser subestimado.
Rezo para que eu possa ver um dia, os eventos culturais bem divulgados, comentados por gente competente, mesclando contextualidade com popularidade, alheios a favores políticos e a matérias pagas, com músicos fazendo um som equilibrado, com profundidade artística e de fácil acesso para os que não são músicos desenvolvidos. Peço a Deus pela música do mundo e peço aos homens que pensem na música que consomem e pensem nos valores que desejam passar a seus filhos.
Angelo Franco
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Nossos Operadores
No sábado dia vinte de novembro estive com o Buenas e M'espalho, na bela cidade de Antônio Prado. Como sempre foi muito legal. Baita clima no palco, o povo conosco, e pra aumentar a minha felicidade, o nosso grande amigo e exímio operador de som, João Pedro Linera, ganhou um ajudante que muito me orgulha. O seu tocaio, João Vicente Maneiro Sarmento, vulgo "perereco", quebrou tudo no auxílio ao solícito e experiente amigo. Gracias João Linera pela parceria, gracias meu Deus por esse filho que eu amo tanto, e gracias perereco, por seres tão amigo do papai e ótimo operador de som.
Angelo Franco.
Angelo Franco.
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Da obra
Amigos que acompanham o nosso blog, muito orgulha qualquer artista, saber que a sua obra está falando por alguém, ou representando um sentimento comum a outras pessoas. Pois bem, eu fico muito feliz de saber que, ás vezes, as pessoas pensam nas minhas palavras, para definir ou representar alguns valores. Essa semana que passou recebi um chasque pelo blog, do amigo Glênio perguntando-me se poderia utilizar uma composição minha, para representar musicalmente o encontro da sua família, no ano de dois mil e onze, em Santana do Livramento. Então, já respondendo a esse amigo eu digo: Será uma honra, para parte da minha obra, integrar espiritualmente, um momento como esse encontro familiar, onde o respeito aos antepassados e os valores da alma serão exaltados. Glênio, a música já é de vocês, repito também a todos os que comungam da idéia de fortalecimento da identidade, da importância da família e da antisuperficialidade que, as minhas palavras, a minha voz e o meu coração, pertecem a vocês.
Gracias pela parceria nessa luta pacífica!
Angelo Franco
Gracias pela parceria nessa luta pacífica!
Angelo Franco
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Musicanto Sulamericano
Eu sou missioneiro, digo isto sempre com orgulho, sou natural da velha São Luiz Gonzaga, criado no Passo da Tigra, município de Garruchos, então tenho no sangue e na criação, por natureza, o DNA da pesca, do contrabando, da fé cega, e da aversão a divisão política, não consigo crer que haja diferenças entre um brasileiro de Garruchos e um argentino de Garruchinho, que é como chamamos o Homônimo vilarejo do outro lado do Rio Uruguai, lá no meu noroeste sagrado, ou que haja como saber distingüir um Santanense de um Riverense. É por isso que eu bendigo com todo o coração o carater agregador e universalista desse grande festival que teremos em dezembro, o Musicanto Sulamericano de Nativismo.
Por ser da região missioneira e ter sido criado, relativamente, próximo a Santa Rosa, cresci junto com o Musicanto, quando pequeno, eu, de origem campeira , não compreendia por que colocavam em um mesmo festival, mineiros, tocantinenses, nordestinos e paulistas entre outros nacionais, juntos com gaúchos. Já os argentinos eu não estranhava tanto, devido ao costume com a fronteira, mas ainda ssim achava que era uma invensão meio sem critérios definidos. Hoje após tantos anos de estrada festivaleira, sei da grandeza da idéia que ali frutificou, sei que é maravilhoso poder ver a nossa música soando junto com as demais, ver a variação de sotaques que a nossa América do sul e o nosso Brasil possuem, ver a qualidade que todos temos e ao final reconhecer a personalidade única de cada povo e o quanto somos farinha do mesmo saco.
Definitivamente o Musicanto é um evento cultural, não muda suas caracteristicas, não cede aos modismos, que fizeram, quase todos os eventos clonarem uns aos outros, por apelo popular etc...
Ano passado estive lá, tive a honra de sagrar-me vencedor da melhor poesia, com uma das minhas raras composições em espanhol( De la Tierra Mia), neste ano não sei se vou ser selecionado, mas seria uma alegria se novamente eu pudesse estar lá, com meus irmãos, de latinidade. Vida longa ao universalismo, que brinda quem tem raiz verdadeira.
Obs. hoje já são cinco dias do mes de novembro, eu já sei que classifiquei uma música na vigésima quarta edição do musicanto, só pra ilustrar, o ano passado estive lá com um chamamé em espanhol, este ano estou com um samba bem brasileiro, fiz os dois com o coração e o musicanto nos dá oportunidade de atribuir vários sotaques aos nossos sentimentos. Todos que me acompanham, sabem que é bem mais fácil pra mim compor um chamamé do que fazer um samba, apesar de ser do Brasil, mas o fato é que essa brasilidade falou por mim em dois mil e dez e através da voz de Alana Moraes, e do violão de sete de Gabriel Selvage, com as percussões do Zé e do mestre Sandro Cartier eu estarei no palco iluminado do festival mais agregador da América do Sul. Valeu!
Angelo Franco.
Por ser da região missioneira e ter sido criado, relativamente, próximo a Santa Rosa, cresci junto com o Musicanto, quando pequeno, eu, de origem campeira , não compreendia por que colocavam em um mesmo festival, mineiros, tocantinenses, nordestinos e paulistas entre outros nacionais, juntos com gaúchos. Já os argentinos eu não estranhava tanto, devido ao costume com a fronteira, mas ainda ssim achava que era uma invensão meio sem critérios definidos. Hoje após tantos anos de estrada festivaleira, sei da grandeza da idéia que ali frutificou, sei que é maravilhoso poder ver a nossa música soando junto com as demais, ver a variação de sotaques que a nossa América do sul e o nosso Brasil possuem, ver a qualidade que todos temos e ao final reconhecer a personalidade única de cada povo e o quanto somos farinha do mesmo saco.
Definitivamente o Musicanto é um evento cultural, não muda suas caracteristicas, não cede aos modismos, que fizeram, quase todos os eventos clonarem uns aos outros, por apelo popular etc...
Ano passado estive lá, tive a honra de sagrar-me vencedor da melhor poesia, com uma das minhas raras composições em espanhol( De la Tierra Mia), neste ano não sei se vou ser selecionado, mas seria uma alegria se novamente eu pudesse estar lá, com meus irmãos, de latinidade. Vida longa ao universalismo, que brinda quem tem raiz verdadeira.
Obs. hoje já são cinco dias do mes de novembro, eu já sei que classifiquei uma música na vigésima quarta edição do musicanto, só pra ilustrar, o ano passado estive lá com um chamamé em espanhol, este ano estou com um samba bem brasileiro, fiz os dois com o coração e o musicanto nos dá oportunidade de atribuir vários sotaques aos nossos sentimentos. Todos que me acompanham, sabem que é bem mais fácil pra mim compor um chamamé do que fazer um samba, apesar de ser do Brasil, mas o fato é que essa brasilidade falou por mim em dois mil e dez e através da voz de Alana Moraes, e do violão de sete de Gabriel Selvage, com as percussões do Zé e do mestre Sandro Cartier eu estarei no palco iluminado do festival mais agregador da América do Sul. Valeu!
Angelo Franco.
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Buenas e m'espalho
Buenas indiada! To de volta neste blog "véio" pra avisar que domingo de manhã( dia sete de novembro), bem cedo, estaremos com o "Buenas" no programa Galpão Crioulo, que foi gravado ao vivo, direto de Pelotas. Eu tenho muito orgulho de fazer parte deste projeto e também de me considerar integrante da família Galpão Crioulo, programa esse que há muitos anos é um dos fortins de resistência da cultura gaúcha. É cedo , eu sei, mas quem sabe de chegada da festa ainda da pra olhar, dormidos ou não acho que vale a pena. Vamos conferir. Valeu!
Ah! da pra ver o reprise na TV COM la pelas 10h.
Angelo Franco
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Renascimento
Estou utilizando a palavra renascimento pra definir o retorno de alguns importantes festivais do estado, dos quais tenho tido a honra de participar. Festivais esses que, sem dúvida nenhuma, por questões políticas e financeiras, haviam interrompido seus ciclos de existência. Eu já havia participado dos referidos eventos nas suas primeiras fases de vida, talvez por isso tenha ficado, de fato, muito feliz pelas retomadas de trabalho cultural, nessas cidades que tanto contribuem pra afirmação da identidade gaúcha. Parabéns jaguarí (Grito), Veranópolis( Serra, Campo e Cantiga) e Carazinho( Seara), parabéns ACOFEM. Ah! eu ainda tenho dado sorte, premiei em todos eles, com músicas de variados colegas, que me convidaram a participar deste Renascer, ou Reviver como se designa o projeto.
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Manoca do Canto Gaúcho
Realizou-se no final de semana passado, a "Manoca" em Santa Cruz do sul, eu estive lá. Tive a oportunidade de fazer uma apresentação, ao lado dos meus irmãos do projeto Buenas e M'espalho, apresentação essa que contou com a energia de sempre e uma aceitação maravilhosa do público, também subi ao palco como concorrente, defendendo, na qualidade de intérprete uma parceria minha com meu amigo Gujo teixeira ( Romance do espinho brabo), música essa que sagrou-se como melhor poesia, ainda como instrumentista, estive em outras duas composições, Instintos ( de Erlom péricles e Zeca Alvez ) e A Flor e o Espinho ( tema de Zé Renato Daudt e Leonardo Almeida ) com a qual conquistamos o terceiro lugar.
A Manoca me deixou marcas importantes, por possibilitar-me o reencontro artístico, com dois amigos de longa data, o velho "Bugio" ( Leonardo Almeida ) e o grande violonista Miguel Azambuja ( Fompa ), reencontro esse que abrandou um pouco da saudade e reavivou nossa incondicional amizade. Outra lembrança que, sem dúvida, vou guardar pra sempre no coração, é a receptividade do povo e o esforço digno dos organizadores, na feitura de um evento, fruto da boa vontade e do suor, nada mais. Gracias aos amigos de Santa Cruz, pelo que vivi naquela terra, nos dias 28 e 29 de agosto de 2010. Valeu!
Angelo Franco
A Manoca me deixou marcas importantes, por possibilitar-me o reencontro artístico, com dois amigos de longa data, o velho "Bugio" ( Leonardo Almeida ) e o grande violonista Miguel Azambuja ( Fompa ), reencontro esse que abrandou um pouco da saudade e reavivou nossa incondicional amizade. Outra lembrança que, sem dúvida, vou guardar pra sempre no coração, é a receptividade do povo e o esforço digno dos organizadores, na feitura de um evento, fruto da boa vontade e do suor, nada mais. Gracias aos amigos de Santa Cruz, pelo que vivi naquela terra, nos dias 28 e 29 de agosto de 2010. Valeu!
Angelo Franco
Cantar é...
Há uma reflexão, que me parece importante, em relação a nossa caminhada artística, que é a maneira com que devemos nos portar, diante das dificuldades inerentes a todos os movimentos culturais, de um país em desenvolvimento. Somos cantores, músicos, nos consideramos artistas, isto é certo, mas as perguntas que devem nortear as nossas consciências são as seguintes: Estamos, de fato, estabelecendo uma troca com o dom que recebemos? Estamos fazendo a nossa parte, para que os eventos culturais se perpetuem?
Essas perguntas parecem, "lugar comum", mas percebo uma confusão, pelo menos no meio do qual faço parte, no que diz respeito a profissionalismo e doação. Acho que o universo nativista, vem crescendo positivamente no aspecto profissional, temos músicos de alta qualidade, com formação e talento, porém, também percebo um distanciamento desses integrantes, do germem inicial, ou seja, do espírito que criou esse manancial de atitudes criativas, ou esse mercado de trabalho, que ajuda muito no sustento dos nossos estômagos e da nossa raiz.
Sei que a música, para nós é o mais importante, e é por isso que peço do fundo do coração, aos meus colegas, para que olhem dentro de si e nunca deixem o mecanicismo tomar conta das suas inspirações. Temos que sobreviver, precisamos de bons palcos, boa remuneração e dignidade artística, mas antes disso tudo, vem a razão maior da arte, que é a paixão. Se não somos crentes no que fazemos, como algo nobre e relevante, que não o façamos. Vamos trabalhar para que o meio nativista cresça, em corpo e espírito, vamos fazer também a nossa parte, para que essa árvore engrosse o tronco, nos dando frutos mais doces, tão doces quanto aqueles que julgamos merecer.
" Cantar é mover o dom do fundo de uma paixão".
Essas perguntas parecem, "lugar comum", mas percebo uma confusão, pelo menos no meio do qual faço parte, no que diz respeito a profissionalismo e doação. Acho que o universo nativista, vem crescendo positivamente no aspecto profissional, temos músicos de alta qualidade, com formação e talento, porém, também percebo um distanciamento desses integrantes, do germem inicial, ou seja, do espírito que criou esse manancial de atitudes criativas, ou esse mercado de trabalho, que ajuda muito no sustento dos nossos estômagos e da nossa raiz.
Sei que a música, para nós é o mais importante, e é por isso que peço do fundo do coração, aos meus colegas, para que olhem dentro de si e nunca deixem o mecanicismo tomar conta das suas inspirações. Temos que sobreviver, precisamos de bons palcos, boa remuneração e dignidade artística, mas antes disso tudo, vem a razão maior da arte, que é a paixão. Se não somos crentes no que fazemos, como algo nobre e relevante, que não o façamos. Vamos trabalhar para que o meio nativista cresça, em corpo e espírito, vamos fazer também a nossa parte, para que essa árvore engrosse o tronco, nos dando frutos mais doces, tão doces quanto aqueles que julgamos merecer.
" Cantar é mover o dom do fundo de uma paixão".
Angelo Franco
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Convocação
Estamos vivenciando uma época, de inúmeras demonstrações públicas de amor ao nosso Rio Grande, não são raros os momentos, onde o povo sem prévia combinação emociona-se e começa a entoar o Hino Riograndense. Seja nos jogos da dupla grenal, numa solenidade comum, até nos bares, após alguns litros de cerveja a gauchada demonstra seu patriotismo. Por isso é que me ocorre de convocar esse espirito patriota, para que ele reivindique mais espaço na mídia para a cultura regional e principalmente, para que esse sentimento esteja presente na hora do consumo. Que consumamos mais literatura e musica gaucha, pois sou consciente, de que temos uma grande diversidade de autores e estilos, além de qualidade para todos os níveis de apreciação crítica.
Vamos conferir nossos autores indiada! Angelo Franco
Vamos conferir nossos autores indiada! Angelo Franco
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Estirpe
Meu filho leva o nome do meu pai,
que levava os nomes dos meus bisavós,
que levava os nomes dos meus bisavós,
velha mania de guardar a identidade
e essa saudade de quem veio antes de nós...
Que pais e filhos, colorados e tricolores, façam de cada dia, um dia de amor e paz ,onde a família seja o presente maior.
Dale colorado! Angelo Franco e João Vicente.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Luz da Semana
Aqui vai uma luz pra quem tem vontade de ser poeta, compositor, músico ou intérprete:
A principal característica, de quem um dia chega a tais postos, é a obstinação. Ninguém se torna algo sem o devido processo, visto que, até que se prove o contrário, ninguém jamais nasceu sabendo;
Então:
É indispensável que a pessoa postulante a denominação de artista, saiba que, arte é trabalho, ou melhor, fruto do trabalho. Há muita gente no mundo, que mesmo consumindo arte (música), ainda acha que esse mercado, não tem capacidade de ser considerado gerador de profissionalismo digno e rentável, por isso, a persistência tem que ser enorme, não faltarão palavras pessimistas sobre o futuro de um artista.
Contudo, a célula mater da formação de um guerreiro da arte, é a sua consciência, ele deve saber, em primeiro lugar, que é de fato do ramo, ou seja, que leva, ainda que o mínimo, jeito pra coisa, depois precisa compreender que várias serão as buscas e que a formação da capacidade é só a primeira, seguida pela eterna compreensão da identidade, fase essa que muitos nunca chegarão. O segredo é interpretar as influências, reciclá-las; e jamais desejar ser o seu colega, apesar de admirá-lo.
A principal característica, de quem um dia chega a tais postos, é a obstinação. Ninguém se torna algo sem o devido processo, visto que, até que se prove o contrário, ninguém jamais nasceu sabendo;
Então:
É indispensável que a pessoa postulante a denominação de artista, saiba que, arte é trabalho, ou melhor, fruto do trabalho. Há muita gente no mundo, que mesmo consumindo arte (música), ainda acha que esse mercado, não tem capacidade de ser considerado gerador de profissionalismo digno e rentável, por isso, a persistência tem que ser enorme, não faltarão palavras pessimistas sobre o futuro de um artista.
Contudo, a célula mater da formação de um guerreiro da arte, é a sua consciência, ele deve saber, em primeiro lugar, que é de fato do ramo, ou seja, que leva, ainda que o mínimo, jeito pra coisa, depois precisa compreender que várias serão as buscas e que a formação da capacidade é só a primeira, seguida pela eterna compreensão da identidade, fase essa que muitos nunca chegarão. O segredo é interpretar as influências, reciclá-las; e jamais desejar ser o seu colega, apesar de admirá-lo.
Angelo Franco
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
A Banda
Todos os fiéis acompanhantes do meu trabalho, sabem que, ao longo da carreira, sempre tive a sorte e o capricho de trabalhar com bons músicos. Atualmente, posso dizer, que após longos anos de estrada e aprendizado , encontrei a formação que mais compreende a simplicidade e as peculiaridades da minha arte. A nossa, carinhosamente apelidada, de "Banda Oriental". Que conta com parceiros de admirável talento e conhecimento musical. São eles:
O percussionista Marco Michelon, detentor de larga experiência no trabalho com ritmos latinos, de todas as origens e influências, músico de bagagem internacional, que carrega o aval de obras como as de Luiz Carlos Borges e Maurício Marques. Ah ele é gremista e foi campeão metropolitano de judô em mil novecentos e oitenta e dois, hahaha.
Também na percussão contamos com a participação do santamariense Marcelinho Freitas, músico este que traz no seu conteúdo o traço marcante e respeitável da Universidade Federal de Santa Maria e os legados de cátedra e convívio com gênios como: Sandro Cartier e Nei Rosauro. Além da formação, Marcelinho carrega consigo a experiência dos anos vividos tocando na Europa e um amor inigualável pelo nosso querido Internacional de Porto Alegre.
No acordeon temos o mais jovem da banda, missioneiro natural de Jóia, residente em Santo Ângelo, um dos mais virtuosos instrumentistas da gaita de botão da América do Sul, o tricolor Tiago Quadros, que embora de pouca idade ,já carrega mais de dez anos de experiência como profissional e uma maturidade que seria digna de um centenário. O Tiaguinho é dos "gaiteiros da moda véia", não admite deixar a voz trocada, pois com ela se sente a vontade, tirando dela o que dela for possível, em timbres, escalas e campos harmônicos.
Finalizando a escalação do nosso time, temos a figura que deu origem a alcunha da "Banda Oriental", o Uruguaio, Miguel Tejera, natural de Rivera, de onde traz a genética musical e o sotaque doble-chapa do seu contrabaixo. O compadre Miguel, além de ser Padrinho do meu filho, é um dos melhores amigos e músicos que já conheci, dono de uma personalidade forte, quase bruta, talvez herança charrua, ele agrega ao seu trabalho uma dedicação febril e uma convicção digna dos seguidores de Dom Aparicio Saravia. O Tejera nos mostra a diferença entre um contrabaixista e um guitarrista com "corda grossa", pois tem o ritmo entranhado na alma, carrega a música de uma maneira tão natural, que as vezes só percebemos o quanto é suma a sua importância, quando por ventura silencia seu instrumento musical. Riqueza harmônica, técnica aprimorada, bom gosto e a obstinação de um "Oriental", heis parte do nosso baixista, que torce pelo Nacional de Montevideo, terra onde morou e aprimorou sua música.
Bom! O violonista da banda sou eu mesmo, tenho dado trabalho ao restante do grupo, mas estou aprendendo com meus amigos, ainda que a passos lentos. Valeu! Dale colorado!
Angelo Franco.
domingo, 1 de agosto de 2010
Coxilha Nativista
Ocorreu nos últimos dez dias do mês de julho de dois mil e dez a trigésima edição da Coxilha Nativista de Cruz Alta, festival esse, que chegou ininterruptamente ao final de sua terceira década de existência. Sinto-me muito honrado de ter participado de parte dessa história e de ter subido novamente ao iluminado palco do ginásio de esportes da velha "Terra da Panelinha", para recordar momentos de um passado exitoso e para tentar escrever uma nova página do intenso romance que os músicos, poetas, intérpretes e compositores do Rio Grande do Sul mantém com o referido evento que, não por acaso, um dia brotou na "Mui Leal Cidade" de Érico Veríssimo.Parabéns Cruz Alta e conte sempre conosco.Viva a Cultura Gaúcha!
Angelo Franco.
Ao Meu Amigo Respeito - Letra, Música e Interpretação de Angelo Franco, com acompanhamento de Felipe Barreto, Gabriel "Selvage" e Matheus Alves aos violões, além de Miguel Tejera no Baixo, durante a finalíssima da 30° Coxilha.
Angelo Franco.
Ao Meu Amigo Respeito - Letra, Música e Interpretação de Angelo Franco, com acompanhamento de Felipe Barreto, Gabriel "Selvage" e Matheus Alves aos violões, além de Miguel Tejera no Baixo, durante a finalíssima da 30° Coxilha.
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Para contatar Angelo Franco...
Telefones para contato:
(51) 9114-3224
(55) 9145-0958
Endereço Eletrônico: contato@cristianoquevedo.com
(51) 9114-3224
(55) 9145-0958
Endereço Eletrônico: contato@cristianoquevedo.com
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Discografia
Angelo Franco possui três discos solo gravados, são eles:
Coplas de um gaúcho brasileiro (Studio Master 2000), Eu sou gaúcho ( Usa Discos 2005)e De onde venho (Studio Master 2010. Cada trabalho retrata bem as fases da carreira do intérprete e compositor. Assim, mesclando criação e interpretação em um só processo evolutivo. Aqui podemos visualizar as capas, criadas em cima das fotografias da artista plástica Suzana Gruber. Ah! quem tem interesse em adquirir os discos é só procurar nas lojas multisom, ou através do site da gravadora studiomaster. www.studiomaster.com.br
domingo, 18 de julho de 2010
Além de nós
O vento caminhador, cantava porque era vento,
mas faltava o sentimento que vem do mundo interior...
e ouvindo coplas de amores, desde a mais chucra, à mais doce,
porque era vento adonou-se do canto do payador...
Jayme C. Braum ( O vento e o payador. frag)
Os olhos daquela moça, retintos e aprevenidos
Vão na manhã do seu rosto, feito dois negros fugidos.
Aureliano Figueredo Pinto ( Da moça bonita)
E se me chamam de grosso, nem me bate a passarinha,
a argila do mundo novo não tem mescla da minha,
sovada a casco de touro, com águas de carquejinha...
Aparício S. Rillo ( Timbre de galo. frag)
El hombre,hasta el más soberbio,
con más espinas que un tala,
aflueja andando en la mala
y es blando como manteca;
hasta la hacienda baguala
cai al jagüel con la seca.
José Herandez ( Martin Fierro)
Yo soy de los del montón, no soy flor de invernadero,
igual quel trévol campero, crezco sin hacer barullo,
me apreto contra los yuyo y así lo aguanto al pampero...
Atahualpa Yupanqui ( Coplas del Payador Perseguido)
mas faltava o sentimento que vem do mundo interior...
e ouvindo coplas de amores, desde a mais chucra, à mais doce,
porque era vento adonou-se do canto do payador...
Jayme C. Braum ( O vento e o payador. frag)
Os olhos daquela moça, retintos e aprevenidos
Vão na manhã do seu rosto, feito dois negros fugidos.
Aureliano Figueredo Pinto ( Da moça bonita)
E se me chamam de grosso, nem me bate a passarinha,
a argila do mundo novo não tem mescla da minha,
sovada a casco de touro, com águas de carquejinha...
Aparício S. Rillo ( Timbre de galo. frag)
El hombre,hasta el más soberbio,
con más espinas que un tala,
aflueja andando en la mala
y es blando como manteca;
hasta la hacienda baguala
cai al jagüel con la seca.
José Herandez ( Martin Fierro)
Yo soy de los del montón, no soy flor de invernadero,
igual quel trévol campero, crezco sin hacer barullo,
me apreto contra los yuyo y así lo aguanto al pampero...
Atahualpa Yupanqui ( Coplas del Payador Perseguido)
sábado, 17 de julho de 2010
FOTOS DO LANÇAMENTO DO CD "DE ONDE VENHO" NO TEATRO TÚLIO PIVA.
AGENDA
-DIA 24 DE 07 - COXILHA NATIVISTA DE CRUA ALTA (MOSTRA)
-DIA 28 DE 07 - COXILHA NATIVISTA DE CRUZ ALTA (CONCURSO)
-DIA 13 DE 08 - PROSA MUSIQUERA (OFICINA LITERARIA JUNTAMENTE COM GUJO TEIXEIRA E JUCA MORAES NO PLANETA GAÚCHO EM CACHOEIRA DO SUL).
-DIA 14 E 15 DE 08 - GRITO DO NATIVISMO EM JAGUARI.
-DIA 28 DE 08 - SHOW COM BUENAS NA MANOCA EM SANTA CRUZ DO SUL.
-DIA 28 DE 07 - COXILHA NATIVISTA DE CRUZ ALTA (CONCURSO)
-DIA 13 DE 08 - PROSA MUSIQUERA (OFICINA LITERARIA JUNTAMENTE COM GUJO TEIXEIRA E JUCA MORAES NO PLANETA GAÚCHO EM CACHOEIRA DO SUL).
-DIA 14 E 15 DE 08 - GRITO DO NATIVISMO EM JAGUARI.
-DIA 28 DE 08 - SHOW COM BUENAS NA MANOCA EM SANTA CRUZ DO SUL.
DO PENSAMENTO
A Autenticidade é a maior diferença entre os que são e os que tentam ser.
Não choro por quem não amo, não amo quem não merece, não creio no que não vejo, nem em tudo que parece.
O falso humilde carrega a soberba de não precisar parecer que é "tão melhor que os outros".
Mulher e chaleira enganam pelo barulho, ou pela falta dele.
O novo amigo só vale a pena se tem diploma de velho amigo. Pesquise!
Quem reza sabe que Deus é o vedadeiro pai da psicanálise. E o melhor, atende pelo sus.
A vaidade usa chapéu, pensa que é coroa e saca o adereço reverenciando a própria mejestade.
Bons vinhos, palavras sonoras e pessoas verdadeiras, permanecem por tempo indeterminado em nossas vidas, desde que conservados em local muito especial.
A vaidade está muito além do materialismo, ela é uma moeda invisível e seu valor é diretamente proporcional a pobreza do espirito.
Como diria Getúlio Vargas: - Fui!
Não choro por quem não amo, não amo quem não merece, não creio no que não vejo, nem em tudo que parece.
O falso humilde carrega a soberba de não precisar parecer que é "tão melhor que os outros".
Mulher e chaleira enganam pelo barulho, ou pela falta dele.
O novo amigo só vale a pena se tem diploma de velho amigo. Pesquise!
Quem reza sabe que Deus é o vedadeiro pai da psicanálise. E o melhor, atende pelo sus.
A vaidade usa chapéu, pensa que é coroa e saca o adereço reverenciando a própria mejestade.
Bons vinhos, palavras sonoras e pessoas verdadeiras, permanecem por tempo indeterminado em nossas vidas, desde que conservados em local muito especial.
A vaidade está muito além do materialismo, ela é uma moeda invisível e seu valor é diretamente proporcional a pobreza do espirito.
Como diria Getúlio Vargas: - Fui!
"Todos os pensamentos aqui elencados são de Angelo Franco"
Assinar:
Postagens (Atom)