Todos os fiéis acompanhantes do meu trabalho, sabem que, ao longo da carreira, sempre tive a sorte e o capricho de trabalhar com bons músicos. Atualmente, posso dizer, que após longos anos de estrada e aprendizado , encontrei a formação que mais compreende a simplicidade e as peculiaridades da minha arte. A nossa, carinhosamente apelidada, de "Banda Oriental". Que conta com parceiros de admirável talento e conhecimento musical. São eles:
O percussionista Marco Michelon, detentor de larga experiência no trabalho com ritmos latinos, de todas as origens e influências, músico de bagagem internacional, que carrega o aval de obras como as de Luiz Carlos Borges e Maurício Marques. Ah ele é gremista e foi campeão metropolitano de judô em mil novecentos e oitenta e dois, hahaha.
Também na percussão contamos com a participação do santamariense Marcelinho Freitas, músico este que traz no seu conteúdo o traço marcante e respeitável da Universidade Federal de Santa Maria e os legados de cátedra e convívio com gênios como: Sandro Cartier e Nei Rosauro. Além da formação, Marcelinho carrega consigo a experiência dos anos vividos tocando na Europa e um amor inigualável pelo nosso querido Internacional de Porto Alegre.
No acordeon temos o mais jovem da banda, missioneiro natural de Jóia, residente em Santo Ângelo, um dos mais virtuosos instrumentistas da gaita de botão da América do Sul, o tricolor Tiago Quadros, que embora de pouca idade ,já carrega mais de dez anos de experiência como profissional e uma maturidade que seria digna de um centenário. O Tiaguinho é dos "gaiteiros da moda véia", não admite deixar a voz trocada, pois com ela se sente a vontade, tirando dela o que dela for possível, em timbres, escalas e campos harmônicos.
Finalizando a escalação do nosso time, temos a figura que deu origem a alcunha da "Banda Oriental", o Uruguaio, Miguel Tejera, natural de Rivera, de onde traz a genética musical e o sotaque doble-chapa do seu contrabaixo. O compadre Miguel, além de ser Padrinho do meu filho, é um dos melhores amigos e músicos que já conheci, dono de uma personalidade forte, quase bruta, talvez herança charrua, ele agrega ao seu trabalho uma dedicação febril e uma convicção digna dos seguidores de Dom Aparicio Saravia. O Tejera nos mostra a diferença entre um contrabaixista e um guitarrista com "corda grossa", pois tem o ritmo entranhado na alma, carrega a música de uma maneira tão natural, que as vezes só percebemos o quanto é suma a sua importância, quando por ventura silencia seu instrumento musical. Riqueza harmônica, técnica aprimorada, bom gosto e a obstinação de um "Oriental", heis parte do nosso baixista, que torce pelo Nacional de Montevideo, terra onde morou e aprimorou sua música.
Bom! O violonista da banda sou eu mesmo, tenho dado trabalho ao restante do grupo, mas estou aprendendo com meus amigos, ainda que a passos lentos. Valeu! Dale colorado!
Angelo Franco.
Então, ao ler, agora o relato deste “ser” único que se denomina Angelo Franco Primeiro,oriundo da disnástia “CARRAPICHO” do reino de Garruchos, grande interior do Rio grande do Sul.
ResponderExcluirDesse sujeito que se construiu por nascença nas frestas de cantorias, e se destituiu, por pertença dos preceito e de razões objetais,seguiu no mundo pra angariar um espaço singular.
Fico pensando quando ele fala que “ninguém nasce sabendo” nesse momento se gera o artista, dentro da sua particularidade e ainda assim buscando o que lhe sucinta no hoje, o que dizer de si. mas ele não diz.Ele canta! Como nasce o seu “canto” todos os dias.
Elencado na sua perspectiva social, fugindo do ranço do que tudo o que transgride, queira ser “legal”,mas sustentado em verdades singelas, um dito interno uma voz ufânica que surpreende o popular, que busca além do popularesco uma identidade, que nos faz pensar em identidade, como desde ontem com olhares adiante, ou seja, não vamos desmerecer o que colhemos até então, mas não seremos assim, tão reducionistas ao não pensarmos no que esta por ai...E esse por vir é a máxima que rege o mundo, onde lavousier se inseriu sem par.
E esse cantador, que colhe as vozes de todos os cantos, e se entrega enfim, quase que sem querer dizer, se confunde mas não se difunde, mas se entrega sem par...
A arte desacomoda, ganha nomes e pré conceitos, mas não perde sua essência, mesmo que o mundo tenha olhos pequenos...
Quem de fato ouve esse cantador, percebe o cuidado que ele guardar em baixo de seu chapéu , preservando tudo,e todos, tendo a vida como um céu, e berço um Rio Grande...sempre ao Sul de si!
Tenho presenciado a carreira do Angelo Franco desde o seu início praticamente - desde os tempos da Coxilha Piá, quando um amigo me disse: "Observa esse menino aí, o Sarmento - esse guri vai dar bom" - o amigo em questão é Ivonir Machado - dali pra cá eu vi o Angelo cantar em quase todos os festivais do Estado - sempre com uma postura séria e profissional (como poucos) voz afinadíssima e um poder de memorização de letra invejável - não lembro de ter visto o Angelo lendo uma letra em festival. Tenho tido a oportunidade de dividir com o Angelo e com o Gujo Teixeira um trabalho de oficinas de musica e literatura pelo Rio Grande e tem sido muito gratificante - o Angelo, além de cantar bem e de ser um ser humano maravilhoso, é extremamente competente e comprometido com a cultura rio-grandense, um exemplo a ser seguido pelos mais jovens. Muita Luz meu irmão - que o sucesso ta garantido. Juca Moraes
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