Realizou-se no final de semana passado, a "Manoca" em Santa Cruz do sul, eu estive lá. Tive a oportunidade de fazer uma apresentação, ao lado dos meus irmãos do projeto Buenas e M'espalho, apresentação essa que contou com a energia de sempre e uma aceitação maravilhosa do público, também subi ao palco como concorrente, defendendo, na qualidade de intérprete uma parceria minha com meu amigo Gujo teixeira ( Romance do espinho brabo), música essa que sagrou-se como melhor poesia, ainda como instrumentista, estive em outras duas composições, Instintos ( de Erlom péricles e Zeca Alvez ) e A Flor e o Espinho ( tema de Zé Renato Daudt e Leonardo Almeida ) com a qual conquistamos o terceiro lugar.
A Manoca me deixou marcas importantes, por possibilitar-me o reencontro artístico, com dois amigos de longa data, o velho "Bugio" ( Leonardo Almeida ) e o grande violonista Miguel Azambuja ( Fompa ), reencontro esse que abrandou um pouco da saudade e reavivou nossa incondicional amizade. Outra lembrança que, sem dúvida, vou guardar pra sempre no coração, é a receptividade do povo e o esforço digno dos organizadores, na feitura de um evento, fruto da boa vontade e do suor, nada mais. Gracias aos amigos de Santa Cruz, pelo que vivi naquela terra, nos dias 28 e 29 de agosto de 2010. Valeu!
Angelo Franco
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Cantar é...
Há uma reflexão, que me parece importante, em relação a nossa caminhada artística, que é a maneira com que devemos nos portar, diante das dificuldades inerentes a todos os movimentos culturais, de um país em desenvolvimento. Somos cantores, músicos, nos consideramos artistas, isto é certo, mas as perguntas que devem nortear as nossas consciências são as seguintes: Estamos, de fato, estabelecendo uma troca com o dom que recebemos? Estamos fazendo a nossa parte, para que os eventos culturais se perpetuem?
Essas perguntas parecem, "lugar comum", mas percebo uma confusão, pelo menos no meio do qual faço parte, no que diz respeito a profissionalismo e doação. Acho que o universo nativista, vem crescendo positivamente no aspecto profissional, temos músicos de alta qualidade, com formação e talento, porém, também percebo um distanciamento desses integrantes, do germem inicial, ou seja, do espírito que criou esse manancial de atitudes criativas, ou esse mercado de trabalho, que ajuda muito no sustento dos nossos estômagos e da nossa raiz.
Sei que a música, para nós é o mais importante, e é por isso que peço do fundo do coração, aos meus colegas, para que olhem dentro de si e nunca deixem o mecanicismo tomar conta das suas inspirações. Temos que sobreviver, precisamos de bons palcos, boa remuneração e dignidade artística, mas antes disso tudo, vem a razão maior da arte, que é a paixão. Se não somos crentes no que fazemos, como algo nobre e relevante, que não o façamos. Vamos trabalhar para que o meio nativista cresça, em corpo e espírito, vamos fazer também a nossa parte, para que essa árvore engrosse o tronco, nos dando frutos mais doces, tão doces quanto aqueles que julgamos merecer.
" Cantar é mover o dom do fundo de uma paixão".
Essas perguntas parecem, "lugar comum", mas percebo uma confusão, pelo menos no meio do qual faço parte, no que diz respeito a profissionalismo e doação. Acho que o universo nativista, vem crescendo positivamente no aspecto profissional, temos músicos de alta qualidade, com formação e talento, porém, também percebo um distanciamento desses integrantes, do germem inicial, ou seja, do espírito que criou esse manancial de atitudes criativas, ou esse mercado de trabalho, que ajuda muito no sustento dos nossos estômagos e da nossa raiz.
Sei que a música, para nós é o mais importante, e é por isso que peço do fundo do coração, aos meus colegas, para que olhem dentro de si e nunca deixem o mecanicismo tomar conta das suas inspirações. Temos que sobreviver, precisamos de bons palcos, boa remuneração e dignidade artística, mas antes disso tudo, vem a razão maior da arte, que é a paixão. Se não somos crentes no que fazemos, como algo nobre e relevante, que não o façamos. Vamos trabalhar para que o meio nativista cresça, em corpo e espírito, vamos fazer também a nossa parte, para que essa árvore engrosse o tronco, nos dando frutos mais doces, tão doces quanto aqueles que julgamos merecer.
" Cantar é mover o dom do fundo de uma paixão".
Angelo Franco
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Convocação
Estamos vivenciando uma época, de inúmeras demonstrações públicas de amor ao nosso Rio Grande, não são raros os momentos, onde o povo sem prévia combinação emociona-se e começa a entoar o Hino Riograndense. Seja nos jogos da dupla grenal, numa solenidade comum, até nos bares, após alguns litros de cerveja a gauchada demonstra seu patriotismo. Por isso é que me ocorre de convocar esse espirito patriota, para que ele reivindique mais espaço na mídia para a cultura regional e principalmente, para que esse sentimento esteja presente na hora do consumo. Que consumamos mais literatura e musica gaucha, pois sou consciente, de que temos uma grande diversidade de autores e estilos, além de qualidade para todos os níveis de apreciação crítica.
Vamos conferir nossos autores indiada! Angelo Franco
Vamos conferir nossos autores indiada! Angelo Franco
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Estirpe
Meu filho leva o nome do meu pai,
que levava os nomes dos meus bisavós,
que levava os nomes dos meus bisavós,
velha mania de guardar a identidade
e essa saudade de quem veio antes de nós...
Que pais e filhos, colorados e tricolores, façam de cada dia, um dia de amor e paz ,onde a família seja o presente maior.
Dale colorado! Angelo Franco e João Vicente.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Luz da Semana
Aqui vai uma luz pra quem tem vontade de ser poeta, compositor, músico ou intérprete:
A principal característica, de quem um dia chega a tais postos, é a obstinação. Ninguém se torna algo sem o devido processo, visto que, até que se prove o contrário, ninguém jamais nasceu sabendo;
Então:
É indispensável que a pessoa postulante a denominação de artista, saiba que, arte é trabalho, ou melhor, fruto do trabalho. Há muita gente no mundo, que mesmo consumindo arte (música), ainda acha que esse mercado, não tem capacidade de ser considerado gerador de profissionalismo digno e rentável, por isso, a persistência tem que ser enorme, não faltarão palavras pessimistas sobre o futuro de um artista.
Contudo, a célula mater da formação de um guerreiro da arte, é a sua consciência, ele deve saber, em primeiro lugar, que é de fato do ramo, ou seja, que leva, ainda que o mínimo, jeito pra coisa, depois precisa compreender que várias serão as buscas e que a formação da capacidade é só a primeira, seguida pela eterna compreensão da identidade, fase essa que muitos nunca chegarão. O segredo é interpretar as influências, reciclá-las; e jamais desejar ser o seu colega, apesar de admirá-lo.
A principal característica, de quem um dia chega a tais postos, é a obstinação. Ninguém se torna algo sem o devido processo, visto que, até que se prove o contrário, ninguém jamais nasceu sabendo;
Então:
É indispensável que a pessoa postulante a denominação de artista, saiba que, arte é trabalho, ou melhor, fruto do trabalho. Há muita gente no mundo, que mesmo consumindo arte (música), ainda acha que esse mercado, não tem capacidade de ser considerado gerador de profissionalismo digno e rentável, por isso, a persistência tem que ser enorme, não faltarão palavras pessimistas sobre o futuro de um artista.
Contudo, a célula mater da formação de um guerreiro da arte, é a sua consciência, ele deve saber, em primeiro lugar, que é de fato do ramo, ou seja, que leva, ainda que o mínimo, jeito pra coisa, depois precisa compreender que várias serão as buscas e que a formação da capacidade é só a primeira, seguida pela eterna compreensão da identidade, fase essa que muitos nunca chegarão. O segredo é interpretar as influências, reciclá-las; e jamais desejar ser o seu colega, apesar de admirá-lo.
Angelo Franco
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
A Banda
Todos os fiéis acompanhantes do meu trabalho, sabem que, ao longo da carreira, sempre tive a sorte e o capricho de trabalhar com bons músicos. Atualmente, posso dizer, que após longos anos de estrada e aprendizado , encontrei a formação que mais compreende a simplicidade e as peculiaridades da minha arte. A nossa, carinhosamente apelidada, de "Banda Oriental". Que conta com parceiros de admirável talento e conhecimento musical. São eles:
O percussionista Marco Michelon, detentor de larga experiência no trabalho com ritmos latinos, de todas as origens e influências, músico de bagagem internacional, que carrega o aval de obras como as de Luiz Carlos Borges e Maurício Marques. Ah ele é gremista e foi campeão metropolitano de judô em mil novecentos e oitenta e dois, hahaha.
Também na percussão contamos com a participação do santamariense Marcelinho Freitas, músico este que traz no seu conteúdo o traço marcante e respeitável da Universidade Federal de Santa Maria e os legados de cátedra e convívio com gênios como: Sandro Cartier e Nei Rosauro. Além da formação, Marcelinho carrega consigo a experiência dos anos vividos tocando na Europa e um amor inigualável pelo nosso querido Internacional de Porto Alegre.
No acordeon temos o mais jovem da banda, missioneiro natural de Jóia, residente em Santo Ângelo, um dos mais virtuosos instrumentistas da gaita de botão da América do Sul, o tricolor Tiago Quadros, que embora de pouca idade ,já carrega mais de dez anos de experiência como profissional e uma maturidade que seria digna de um centenário. O Tiaguinho é dos "gaiteiros da moda véia", não admite deixar a voz trocada, pois com ela se sente a vontade, tirando dela o que dela for possível, em timbres, escalas e campos harmônicos.
Finalizando a escalação do nosso time, temos a figura que deu origem a alcunha da "Banda Oriental", o Uruguaio, Miguel Tejera, natural de Rivera, de onde traz a genética musical e o sotaque doble-chapa do seu contrabaixo. O compadre Miguel, além de ser Padrinho do meu filho, é um dos melhores amigos e músicos que já conheci, dono de uma personalidade forte, quase bruta, talvez herança charrua, ele agrega ao seu trabalho uma dedicação febril e uma convicção digna dos seguidores de Dom Aparicio Saravia. O Tejera nos mostra a diferença entre um contrabaixista e um guitarrista com "corda grossa", pois tem o ritmo entranhado na alma, carrega a música de uma maneira tão natural, que as vezes só percebemos o quanto é suma a sua importância, quando por ventura silencia seu instrumento musical. Riqueza harmônica, técnica aprimorada, bom gosto e a obstinação de um "Oriental", heis parte do nosso baixista, que torce pelo Nacional de Montevideo, terra onde morou e aprimorou sua música.
Bom! O violonista da banda sou eu mesmo, tenho dado trabalho ao restante do grupo, mas estou aprendendo com meus amigos, ainda que a passos lentos. Valeu! Dale colorado!
Angelo Franco.
domingo, 1 de agosto de 2010
Coxilha Nativista
Ocorreu nos últimos dez dias do mês de julho de dois mil e dez a trigésima edição da Coxilha Nativista de Cruz Alta, festival esse, que chegou ininterruptamente ao final de sua terceira década de existência. Sinto-me muito honrado de ter participado de parte dessa história e de ter subido novamente ao iluminado palco do ginásio de esportes da velha "Terra da Panelinha", para recordar momentos de um passado exitoso e para tentar escrever uma nova página do intenso romance que os músicos, poetas, intérpretes e compositores do Rio Grande do Sul mantém com o referido evento que, não por acaso, um dia brotou na "Mui Leal Cidade" de Érico Veríssimo.Parabéns Cruz Alta e conte sempre conosco.Viva a Cultura Gaúcha!
Angelo Franco.
Ao Meu Amigo Respeito - Letra, Música e Interpretação de Angelo Franco, com acompanhamento de Felipe Barreto, Gabriel "Selvage" e Matheus Alves aos violões, além de Miguel Tejera no Baixo, durante a finalíssima da 30° Coxilha.
Angelo Franco.
Ao Meu Amigo Respeito - Letra, Música e Interpretação de Angelo Franco, com acompanhamento de Felipe Barreto, Gabriel "Selvage" e Matheus Alves aos violões, além de Miguel Tejera no Baixo, durante a finalíssima da 30° Coxilha.
Assinar:
Postagens (Atom)