Buenas indiada! Como todo mundo sabe, estamos na Semana Santa, esta semana que é de suma importância, pra quem é cristão, e que também, é marcada como especialíssima, no coração de uma turma, que ama o Rio Uruguai, a amizade e a cultura do Rio Grande do Sul, Os Barranqueiros. Eu tenho a sorte de fazer parte desta confraria, que está completando quarenta anos. Já há mais de uma década, que sou um dos convivas da barranca e sinto no meu coração, um entusiasmo cada vez maior em relação ao evento. Ir à barranca, pra mim, não é ir a um festival, ou a um acampamento, ou aos dois, é ir a mim mesmo. Cresci dentro daquele rio, formei minha personalidade junto dos que viveram dele, tanto na pesca, quanto no contrabando, por isso hoje, que tenho uma vida distante de lá, a barranca tem sido o único momento em que retorno ao âmago das minhas melhores lembranças. Ás vezes, durante os dias em que ficamos na beira d'água, sinto como se não estivesse vivendo o presente, sinto a presença de tudo que já passou, mas na mais pura harmônia, com as coisas de agora e com as perspectivas de futuro. De fato ali se vive um tempo suspenso no ar, como se estivéssemos em uma dimensão especial, habitada por todos os tempos, sem diferenças entre o novo e o velho, onde o eterno parece ter acabado de nascer todos os dias. Por isso meus amigos, esse comício de espíritos, como bem disse o jacaré (Sérgio) é algo indescritível e que só encontra sua definição, em algum lugar do meu coração, onde as palavras são pequenas e sem sentido capaz roterizar essa fábula supra-temporal que se passa no mais fundo rincão da alma de um barranqueiro embriagado de gratidão e amor pelo Rio.
Angelo franco